SAÚDE PÚBLICA // MEDICAMENTOS ANTI-COVID // RISCOS
Medicamentos que chegaram a ser altamente recomendados agora deixam os doentes mais frágeis numa situação mais delicada.

Yonhap South Korea / EPA
Paxlovid, o antiviral da Pfizer contra a covid-19
Eram, e foram, medicamentos revolucionários. Melhoraram o estado de saúde de milhões de pessoas – incluindo Donald Trump, na altura presidente.
No entanto, há medicamentos anti-covid, que chegaram a ser altamente recomendados, que agora aparecem como ameaças à saúde de milhões de pessoas nos Estados Unidos da América.
O aviso é feito pelo portal Politico, que deixa dois avisos: pouco ou nada fazem agora, perante as variantes actuais do coronavírus e, além disso, não são seguros para todos os pacientes.
Comprimidos como o famoso Paxlovid podem ser uma ameaça para os doentes porque “mexem” com muitos outros medicamentos já prescritos, que os doentes costumam tomar.
Há uma questão monetária a travar o desenvolvimento de novos medicamentos: o governo federal não financia mais investigação neste âmbito. O presidente Joe Biden já tentou mas sem sucesso.
Assim, muitos pacientes em risco vão correr o risco de desenvolver casos graves de covid – e os hospitais ficarão novamente sobrecarregados.
A COVID-19 não desapareceu, o Inverno começou há poucos dias e a gripe e o vírus sincicial respiratório atacam “a sério”. Há milhões de norte-americanos vulneráveis a doenças graves.
O problema
Os comprimidos são moléculas criadas em laboratório para bloquear a entrada de um vírus nas células humanas.
Mas devem ligar-se à proteína spike do vírus para neutralizá-lo – e as muitas variantes do coronavírus foram transformando os comprimidos existentes em algo ineficaz: outra variante, outra proteína spike.
Um problema sobretudo para as pessoas mais frágeis, com o sistema imunitário comprometido (ou desde que nasceram, ou desde que foram sujeitos a transplantes ou determinados medicamentos): a vacina pode não chegar e precisariam de “reforços”.
Reforços para tratamento e prevenção… que não há, admitiu o Centro de Controlo e Prevenção de Doenças, num comunicado publicado há menos de duas semanas.
O Congresso nada faz, o financiamento não aparece e o Serviço Nacional de Saúde dos EUA não tem os recursos necessários para financiar o desenvolvimento de novos tratamentos.
Por isso, e já neste Inverno, o cenário provável é terem poucas formas em casa de lutar contra a doença.
Já há pedidos, no Instituto Nacional de Saúde na própria Casa Branca, para serem realizadas reuniões com cientistas.
As empresas farmacêuticas podem estar mais inclinadas – financeiramente e a nível prático – para criarem novos comprimidos antivirais, que apresentem menos interacções com outros medicamentos e que sejam mais fáceis de serem administrados. Construir antivirais que resistam melhor a um vírus em constante mudança.
ZAP //
3 Janeiro, 2023
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